sábado, 17 de dezembro de 2011

TICO TICO CABOCLO

Tico-tico foi na festa
Que tinha no povoado
Quebrou o chapéu na testa
Calçou um sapatão furado
Vestiu calça arranca toco
E um paletó emprestado
para um tico-tico caboclo
Ele estava bem trajado.

Tico-tico chegou no terreiro
Festeiro o foi receber
Quem é você forasteiro?
E o que veio aqui fazer?
Se é que sabe cantar
Canta que eu quero ver.

Tico-tico engraçado
ciscou terra do chão
Ali meio desengonçado
Fez sua apresentação
Pra cantar não tenho teclado
viola nem violão
Sou nascido no cerrado
Sou criado no sertão
Pra quem não sabe quem eu sou
o Ticão é meu avô
e o Tiquinho é meu irmão.

Ali deram gargalhadas
Para a passarada foi festa
O pássaro preto na escada
Falou pra sua orquestra
Como é engraçado
Ouvir piada de quem não presta

Tico-tico escutou
Jogou o chapéu no chão
o pássaro preto ele peitou
Chamou de sem educação
Como você é ingrato!
Já dormiu no meu colchão
Deixou lá dois pretinhos
Os quais criei com carinho
Tu nuncas pagaste pensão.

A vaia foi geral
O pássaro preto envergonhado
Pediu perdão ao tal
Admitiu que estava errado
Agradou o tico-tico
Pra voltar la pro cerrado
Logo tem outra festa
Pra cantar na minha orquestra
Você já está convidado

Tico-tico era malandro
A estrada não quis pegar
O que ele tinha de tonto
Era a cara e o jeito de andar
Tico-tico voltou pra festa
O humor ele não perdeu
Quero cantar e quero dançar
Vou te mostra quem sou eu
Pra vocês irei tocar
Tico-tico no fubá
De Zequinha de Abreu.

                                                                                                                                 Luiz Clemente Pereira



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A MATURIDADE SÓCIO COMUNITÁRIA- A Participação Popular.




Ainda não atingimos um nível ideal de maturidade social, por que nos faltam lideranças públicas e uma notória incapacidade de se identificar referenciais sociais, políticos e públicos, que permitam uma mudança que possam melhorar esse estado de apatia popular.
Um exemplo típico e atual é a confusão conceitual verificada no debate sobre a divisão do Estado do Pará...
Ocorrem as tentativa de audiências públicas, de orçamentos participativos etc., todavia o cidadão comum não comparece nas reuniões de deliberação onde tais assuntos relevantes são abordados e que é imprescindível o acompanhamento da sociedade e seus integrantes, pois implica em seu bem-estar, em seu bem-viver e mudanças político-administrativas em seu entorno e vida.
A participação popular é a questão de fundamental importância para nos prepararmos para o crescimento e desenvolvimento pleno e amplo social e comunitário, efetivamente falando.
Precisamos crescer, todavia precisamos, como sociedade, amadurecer antes e tornarmo-nos mais participativos nesse tipo de decisões e não terceirizar tal responsabilidade a políticos, por vezes, muitos deles despreparados ou desprendidos do seio popular, de suas causa, anseios, necessidades e desejos...
Uma vez, Ulisses Guimarães disse que políticos do seio do povo, ainda que analfabetos funcionais, eram a representação genuína da democracia, mas na prática e vendo o que hoje atestamos, será que ele estava certo?
Sim, mas se esses “políticos” não aparecerem, não se mostrarem, não participarem do dia-a-dia de seu meio e comunidade, como saber ser eles o que necessitamos, desejamos e queremos que genuinamente nos represente?

NOVOS RUMOS
A falta de participação e de preparo, por exemplo, é saber-se, mesmo que um pouco, dos rumos que nossas cidades e comunidades tomarão nas próximas décadas.
Muitas vezes, nem se prevê a dinâmica e a dimensão de problemas a se enfrentar com o crescimento das cidades e metrópoles para as próximas décadas!
Mesmo com a capacitação e o preparo de técnicos dos órgãos envolvidos com as questões urbanas, há variáveis independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos legislativos e encaminhados aos executivos e vice-versa.
As interveniências se devem ao viés das decisões rápidas e pontuais, geralmente não compreensivas, pois têm visões de totalidade e, que muitas vezes visam atender clientelas específicas ou compromissos políticos, que desviam dos reais interesses e necessidades do povo e da comunidade, pela não participação ativa desses que são as peças-chaves e mestras dos planos políticos-administrativos.
Por isso, as decisões açodadas não são globalizantes e visam atender demandas de algum segmento, parte ou grupelhos, devido a omissão ou ao descarte dos desejos mais profundos da sociedade.
Nos últimos anos, muitas comunidades e aglomerados importantes em todas as regiões, ressentiram-se de políticas clientelistas e não globalizadas e/ou globalizantes, ferindo o princípio democrático da gestão para a sociedade daquilo que a ela pertence, não existindo o "do povo, para o povo", em que considera-se que é a totalidade social que, pagando impostos e investindo, fornece os meios financeiros para as administrações municipais, estaduais e a federal para a realização das intervenções necessárias, básicas e de apelo social e a essas, deve-se retornar os “investimentos” pagos antecipadamente, se vermos isso por um ângulo como que financeiro e comercial.

CONSEQUÊNCIAS
Em consequência desse estilo de governar, especialistas, e mesmo a mídia, referem-se a caos urbano e a caos social, quando, pela expansão urbana e rural desmedida, clientelista e por vezes corrupta, temos:
- a saúde e os hospitais públicos ressentem-se da falta de verbas, de equipamentos, de pessoal de apoio, de médicos e meios e formas de acesso e atendimento pronto, rápido e eficiente para atender a população;
- não há escolas e professores suficientes para o sistema educacional de bom nível funcionar de forma desejável, positiva e extensível a todos;
- postos de trabalho novos não são criados no volume da crescente população economicamente ativa e por isso, muitas cidades e regiões se ressentem das altas taxas de desemprego, redundando em ociosidade, aumento de criminalidade, vandalismo e consumo de drogas;
- a segurança pública carece de políticas atuantes, preventivas e com equipamentos, materiais e profissionais aptos, capazes, bem remunerados e de nível, desde militares das forças armadas, policiais civis, militares e autoridades do judiciário etc., fazendo com que paire o ar da insegurança e da impunidade e,
- não menos importante, o transporte coletivo, de massa é insuficiente e precário.
Muitos outros itens se prezam, mas nem vale mencionar aqui, pois já bastam para formar o quadro de um “pré-caos” que na verdade, é histórico e poderá aumentar com a atual crise internacional.
Logicamente, não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria consequências nefastas que culminarão nos ombros de futuras gerações, que nessas, incluem nossos filhos, netos, parentes, amigos e as comunidades.
E, nesse quadro, no âmbito de possíveis desastres sócio-comunitários, incluem-se o avanço das drogas e da criminalidade, dos desajustes familiares, dos crimes ambientais, altas taxas de impostos, incapacidades do legislativo, executivo, judiciário, órgãos de segurança, educacionais, assistenciais, ainda mais, quando aliados à corrupção alarmante e devastadora.

O QUE FAZER
Para antecipar-se, temos condições propícias para a formação de organismos e fóruns de políticas públicas.
Essas instituições podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte, agindo de forma global, social, comunitária e sem ingerências que deturpem os verdadeiros caminhos e destinos de verbas, aplicações, ações e desenvolvimentos de planos, projetos e políticas públicas.
Em outras palavras, deseja-se o retorno ao Planejamento Urbano local e regional visando o bem-estar da sociedade.
Medidas nessa direção podem e devem estar em consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da gestão urbana – os cidadãos, urbanos ou não, mas que esses devem participar e os Conselhos Municipais são as ferramentas politicamente modernas de atuação e desenvolvimento de programas, projetos e políticas de ação, atuação e prevenção de causas e motivos para se evitar o caos, muito mais, até, do que as Câmaras Municipais, que por vezes, tornam-se inócuas e pervertidas.
Logicamente, os que pensam o futuro devem ter preparo e estar atualizados.
E mais: suas propostas e a respectiva execução não podem tardar, pois, de modo geral, os administradores tendem a encaminhar soluções de forma esparsa e ao sabor do momento político que se apresenta, muitas vezes, como o que a sociedade civil organizada reclama, mas essa “sociedade civil”, poucas vezes estão bem e hegemonicamente representadas por conta da falta de participação popular e, ao contrário, as câmaras, por terem representantes pagos e seguirem ideologias partidárias, também nem sempre seguem os verdadeiros anseios popular, social e comunitário, reforçando-se o feudo e grupos de interessados e interessantes aos governantes.
Daí, o que se propõe e executa atende aos interesses de grupos ou clientelas e fogem de forma a não atender e atingir democraticamente toda a sociedade, principalmente os mais necessidades, carentes e, os ignorantes e analfabetos funcionais.
Logicamente, os pensadores dos Conselhos e /ou fórum de debates e de ideias, não deverão estar em torres de marfim, distanciados da realidade e do cotidiano.
Pelo contrário, deverão estar conectados com o mundo ao seu redor com profundo senso de humanidade solidária e consciência da nossa história social e política.
Será para a sociedade em geral e para os desvalidos em particular que a sabedoria técnica e científica deverá operar, pois “A essência da democracia é a igualdade” (Paul Singer).
Se as grandes cidades se expandem e se tornam desafiadoras para a gestão urbana, sobretudo para atender à ampliação das demandas coletivas, caberá aos governantes auscultarem os desejos da sociedade para atender o chamado da solidariedade e do compromisso com a totalidade sócio comunitária, mas essa sociedade, essa comunidade, esse povo e cidadãos, têm que se fazerem presentes nas determinações das ações a serem desenvolvidas em seu entorno, em seu meio socioambiental.

AS DÚVIDAS
Para a efetiva participação popular, cabe saber, como fazer com que isso ocorra, desviando sua atenção do futebol, das novelas, do carnaval, da fórmula 1, dos big-brothers, dos feriados prolongados, da ociosidade programada e induzida que nos conduzem à apatia e inércia político-participativa, pois assim: “A punição que os homens de bem sofrem quando se recusam a tomar parte, é viver sob o governo dos maus” (Platão).
Participar é a solução, pois só assim, ganhamos o direto a cobrar e reclamar.

Dez./2011 - Tenente Alberto                                                                                                                                                  Lambari/MG

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Descaso total.....




A música parou e a Banda esta muda

Por GUILHERME ABRAÃO

A história da Sociedade Musical Estivense em alguns momentos se confunde com a própria história de Estiva/MG. Pois ao longo dos anos foram centenas de apresentações alegrando, emocionando a todos e elevando o nome de Estiva nos mais variados eventos e ocasiões, como por exemplo; nos aniversários da cidade, em inaugurações de obras, e em apresentações e encontros em outras cidades.

Mesmo com todo seu histórico e importância a música parou e nossa Banda esta muda, já não bastasse isso o que mais me impressiona é ver que dezenas de instrumentos estão literalmente jogados/amontoados, como se fossem ferro velho a espera de reciclagem.







 As pessoas que ficaram responsáveis por guardar e zelar pela conservação dos instrumentos acabaram se esquecendo de que eles possuem um valor financeiro em alguns casos extremamente alto, mas mesmo que os valores forem irrisórios não poderiam deixar de lembrar do mais importante, o valor histórico e cultural imensurável que os instrumentos possuem para nossa cidade, pois foram não só coadjuvantes mas em alguns casos ate mesmo protagonistas de muitos momentos importantes para Estiva/MG.





Gostaria de saber da Administração Municipal de Estiva/MG e em especial da Secretaria de Cultura, o porquê dos instrumentos estarem armazenados de forma incorreta? Pois é fácil notar o quão frágil eles são e por este motivo deveriam receber atenção e cuidados especiais. Ainda mais sabendo que foi extremamente difícil a aquisição e a estruturação da Banda, para agora eles serem abandonados e virarem vitimas de um tremendo descaso com a história da Sociedade Musical Estivense.





Como podemos ver nas fotos os instrumentos foram lançados a própria sorte, entre ratos, pombos e as águas que escorrem das paredes, já que o local escolhido pela Administração Municipal para armazena-los também esta em péssimas condições de conservação, demonstrando ai mais um descaso com a coisa pública por parte do poder público municipal.

Diante da gravidade do problema, penso e defendo que todos aqueles que algum dia tiveram a honra de ouvir ou fazer parte da Banda, teriam o direito e até mesmo o dever de zelar pela memória, pela história, pelo patrimônio cultural de nossa cidade, como preferirem, já que Administração Municipal deu provas de ser incapaz ou ate mesmo não achar importante zelar ou se preocupar com isso.




Por fim, proponho que alguém que tenha conhecimento musical e disponibilidade, catalogue os instrumentos, analise o tamanho do estrago que o descaso da Administração Municipal acarretou, para posteriormente os mesmos serem guardados em um local adequado, mas longe dos (mal)cuidados da Administração Municipal, sugiro que até mesmo os próprios membros da Banda cadastrem e fiquem em poder de seus respectivos instrumentos.





Espero profundamente que ainda tenhamos tempo para salvar não só os instrumentos, mas a história, antes que eles acabem sendo reciclados como simples latas de refrigerante, pois do jeito que estão (des)cuidando deles, infelizmente será isso que vai acontecer.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ciência para a Sociedade

     É sabido que a população mundial cresce de maneira acelerada, neste ano de 2011, por exemplo, atingimos a marca de sete bilhões de seres humanos ocupando a Terra. Contudo, o desenvolvimento da humanidade, medido através de índices como a produção de alimentos, industrialização, saúde, bem estar, meio ambiente, economia, empregos, produto interno bruto (PIB), entre outros, tornou-se fundamental para a manutenção da vida no planeta e já à algumas décadas passou a ser uma busca contínua dos governantes.       
     Nesta busca, destaca-se como um elemento de fundamental importância, o desenvolvimento e subsídio à Ciência. Cada vez mais se houve falar em pesquisas, testes laboratoriais e de campo, ensaios científicos, novas descobertas, grandes sonhos a serem alcançados e muitos já atingidos, como a cura de doenças, que a poucos anos eram incuráveis e fatais, como a descoberta de plantas capazes de descontaminar/limpar toda uma área poluída através da chamada fitorremediação, entre outros tantos exemplos noticiados diariamente na mídia. 
     Contudo, a Ciência se desenvolveu e tende a crescer ainda mais nas próximas décadas. Entretanto, ainda existem grandes desafios a serem vencidos neste processo, sendo o principal deles, a utilização da “Ciência para a Sociedade”.
     Mais do que grandes resultados científicos, mais do que descobertas extraordinárias da medicina, das ciências sociais, das ciências agrárias, mais do que números e percentuais antes inimagináveis, é preciso torná-los disponíveis, é necessário levá-los até a população. Disponibilidade descrita aqui, não como publicação em revistas científicas e apresentações em congressos, não como dezenas de páginas no Currículo Lattes dos pesquisadores, e sim como benefício real à comunidade realmente necessitada destes resultados. 
     O verdadeiro valor de uma droga recém descoberta para o tratamento do câncer não pode continuar sendo as patentes ou os royalties, e sim o tratamento rápido e eficiente de um paciente do sistema único de saúde do Brasil (SUS). A descoberta de uma planta, como o capim vetiver (Vetiveria zizanioides), capaz de fitorremediar solos e águas contaminadas por chumbo, fenol e resíduos de agroquímicos, proteger encostas, alimentar animais, fornecer sub-produtos como matéria-prima para a confecção de perfumes, cosméticos e artesanatos, e ainda sobreviver em condições extremas de precipitação, temperatura, fertilidade do solo e ataque de pragas, não podem beneficiar apenas os grandes empresários e as inúmeras pseudo-ONG’s que existem pelo mundo a fora, e sim as comunidades carentes, os batalhadores e sofridos artesãos, os criadores de cabras, búfalos e outros animais, que sofrem com a seca das pastagens e baixa tolerância hídrica das gramíneas atualmente utilizadas.
     Uma planta como o capim vetiver, com potencial comprovado por várias pesquisas científicas, precisa ser utilizada em prol das famílias que moram em áreas sob constante risco de deslizamentos de terra e não apenas na estabilização de uma encosta próxima ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
     Desta forma, destaca-se que ciência e sociedade devem ser integradas de forma permanente, para que toda e qualquer descoberta dos cientistas e pesquisadores, sejam verdadeiramente descobertas da sociedade e em prol da sociedade. Para tanto, um bom começo é descomplicar, deixar o “dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum L. (1758)” para as longas e importantes reuniões científicas e usar a “rapadura” como energético e fonte de vitamina B2 no combate a desnutrição/fome no mundo.



 Michender Werison Motta Pereira; Gestor Ambiental pelo IFSULDEMINAS Campus Inconfidentes

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Prefeitura de Estiva/MG destrói milhares de livros

Por Guilherme Abraão

Em 2009 o Município de Estiva/MG foi contemplado pelo Fundo Estadual de Cultura - Edital FEC 01/2009. O projeto aprovado no valor de R$ 127.000,00 (cento e vinte e sete mil reais) foi para construção de um prédio novo e próprio para instalar a Biblioteca Municipal.



Breve histórico do caso

Desde o inicio do atual governo municipal em 2005, a precária Biblioteca que ficava no antigo prédio onde hoje esta sede do Poder Legislativo Municipal foi temporariamente transferida para uma sala no “Centro Comunitário Tia Dita”.

Em 2009, veio à aprovação do FEC 01/2009, no ano de 2010 começou as obras do prédio da Biblioteca, o terreno é bem localizado e fica nos fundos do Banco do Brasil. A empresa contratada tinha 180 dias para dar inicio e entregar a obra. Todos nós sabemos que prazos para obras em nosso país é uma piada, estamos no fim de 2011 e até agora, o prédio esta pronto e vazio, mas, onde estão os livros?


Livros?

No fim do ano de 2010, “alguém” determinou que os livros que estavam provisoriamente no Centro Comunitário fossem guardados em caixas de papelão. Depois de condicionar todo o acervo, as caixas foram divididas, os livros mais novos foram deixados ondem estavam, os outros livros, mais de 3 mil, foram levados sem o menor cuidado para uma “salinha” no prédio o antigo da Santa Casa e Maternidade Nossa Senhora de Fátima.



A tal salinha que fica no fundo do corredor ao lado do berçário, não tem ventilação, o espaço é estreito e pequeno, não tem nem 2 m2, o odor é forte, as caixas com milhares de livros, alguns até mesmo em pacotes fechados estão lá a quase um ano, abandonados e apodrecendo, triste fim para obras clássicas e raras. As águas das chuvas escorem pelas paredes e molham as caixas com os livros, muitas caixas estão podres...


Prédio novo sem nenhum livro novo

Mesmo com tanto abandono e desrespeito a coisa pública, neste caso livros que ajudaram a alfabetizar, a levar conhecimento e cultura a milhares de cidadãos estivenses, o governo estadual e federal tem enviado livros à “biblioteca”, sempre em pequena quantidades, entretanto, desde o inicio do governo do Sr. Gualberto, ele não adquiriu nenhum exemplar, nem sequer um gibi da turma da Mônica, nestes quase 8 anos, infelizmente ou tragicamente não correu nenhuma licitação para comprar livros para fazer parte do acervo municipal.



Talvez, pior do que não comprar livros, é deixar os existentes apodrecer. Esta trágica situação só reforça e comprova que o atual governo municipal não tem a educação como prioridade, uma vez que não adquiriu nenhum livro e ainda foi capaz de abandonar e deixar apodrecer quase todo acervo que levou anos para se formar, uma perda quase irreparável!



Quem será que eles estão esperando?

O prédio da nova biblioteca esta pronto, isso é o que percebemos ao passarmos pela calçada, e isso já faz alguns meses, mesmo assim eles não entregam este importante equipamento publico, mesmo que seja para ficar vazio é melhor do que deixar fechado e os livro se acabando em uma sala do SCMNSF.


A população merece uma atitude imediata, uma biblioteca descente com livros em boas condições e ambiente adequado a leitura. De que adianta um prédio vazio e livros apodrecendo enquanto a comunidade carece de cultura e boa informação? Até quando o descaso com a educação vai imperar em Estiva?"

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quem (des)manda na pasta de educação em Estiva?

Secretária de Educação Maria José Silva Resende,conhecida como Fia



A equipe de redação do blog ECO SOCIAL esta preparando uma reportagem sobre educação, para nós esta área é extremamente importante e estratégica dentro de uma administração pública (bem, em uma administração séria...), por isso, enviamos no dia 28 de setembro um pedido de entrevista a Ilma. Sra. Secretária de Educação Maria José Silva Resende,conhecida como Fia.

Fizemos 8 perguntas por email,o tema central era investimentos na área de educação por parte do poder executivo estivense.

Hoje tivemos a resposta da nobre secretária, por isso gostariamos de compartilhar com nossos navegantes, vale lembrar que nestes últimos 5 meses este modesto blog teve quase 10 mil acessos.

A profundeza da resposta que obtivemos é o que motivou a criação da primeira enquete do blog. Diante das sábias palavras da nossa Ilma. Sra Secretária ficamos confusos e porque não dizer preocupados em relação a função que desempenha a "chefa" de umas das pastas mais importantes da administração local!

Mesmo assim, gradecemos a Ilma. Secretária pelo atenção!

Bem, vamos ao email enviando:

De: Guilherme Abraão
Para: Sec. Educação Estiva ; educ@estiva.mg.gov.br; administracao@estiva.mg.gov.br
Enviadas: Quarta-feira, 28 de Setembro de 2011 11:34
Assunto: Pedido de entrevista: assunto aquisição de livros


Ilma. Sra. Secretária Municipal de Educação

Maria José Silva Resende, bom dia

Estamos preparando um texto que será publicado em breve no blog http://ecosociall.blogspot.com/

O tema central será investimentos na área de educação por parte da prefeitura de Estiva.

Gostaríamos de receber algumas informações a respeito do assunto, as respostas serão publicadas na integra, sem nenhum tipo de corte ou censura.

Estas informações farão parte do texto que será publicado no blog e enviado para imprensa da região.

Vamos às perguntas:
1. Nestes últimos sete anos do atual governo quantos livros foram adquiridos para biblioteca municipal?
2. Existem quantas bibliotecas nos bairros rurais?
3. Quais escolas municipais possuem bibliotecas, e qual o número de livros?
4. A nova biblioteca municipal será toda informalizada?
5. Qual o número de livros da biblioteca municipal?
6. Segundo O MDA existem uma Arca das Letras, onde ela esta e qual o horário de funcionamento?
7. Existe algum projeto/plano para popularização da leitura em nosso Município?
8. Temos a honra de termos vários autores em nossa cidade, quantos livros deles foram adquiridos para fazer parte do acervo de nossas bibliotecas?

Aguardo ansiosamente seu retorno, vamos esperar a resposta até o fim da próxima segunda feira.

Obrigado pela atenção mais uma vez!
Até breve
Att,
Guilherme Abraão

Hoje tivemos a seguinte resposta:


De: Secretaria de Educação de Estiva
Data: 29 de setembro de 2011 09:45
Assunto: Re: Pedido de entrevista: assunto aquisição de livros
Para: Guilherme Abraão


Bom dia, a Secretaria de Educação não é responsável pela Biblioteca Pública, favor procurar a Izabela.
Att
Fia


Algo ficou no ar, fizemos apenas perguntas sobre a Biblioteca ou sobre educação de uma forma geral?????

Diante desta resposta criamos a enquete.

Em breve vamos postar as outras partes da matéria sobre educação. Adiantamos esta parte porque entendemos ser de extrema importância para toda população saber desta situação lamentável que fica cristalina ao termos uma resposta vazia como a que tivemos!

A situação seria cômica se não fosse trágica!

Entretanto, se tiver alguém da atual gestão capaz de nos responder as perguntas acima por favor faça contato conosco!

Será que estamos pedindo muito ou as perguntas não tem resposta?

Participem da enquente,votem e deixem seus comentários!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para os que virão



Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.

Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.

Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.

Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.

É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
( Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros. )
Se trata de abrir o rumo.

Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.


THIAGO MELLO

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MG:111 dias de greve dos professores

Por Gilvander Moreira[1]

“Tive sede e me destes de beber. Tive fome e me destes de comer.” (Mateus 25,35).
Parodiando, podemos dizer: “Estava em greve, na luta por justiça e estavas a meu lado, viestes atender ao meu clamor."

Dia 26 de setembro de 2011, a greve das/os professoras/res da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais completa 111 dias e segue por tempo indeterminado até o dia em que o Governador Antonio Anastasia (PSDB + DEM) deixe de ser intransigente, se abra ao diálogo e atenda às justas e legítimas reivindicações dos professores que participam da mais longa greve da história de Minas.



Há 8 dias, a professora Marilda de Abreu Araújo e o técnico em Educação Abdon Geraldo Guimarães estão em greve de fome na Assembleia Legislativa de Minas. Marilda, 59 anos, de Divinópolis, MG, é professora há 32 anos. Ela disse: “Estou em greve de fome há 8 dias para que o governador Anastasia pare de ser intransigente e se abra ao diálogo. Participei de todas as greves em 32 anos como professora. O que mais me marca nessa greve é a intransigência do governador de Minas.”

Abdon, 39 anos, de Varginha, é pai de três filhas, duas das quais gêmeas de três meses. Ele diz: “Estamos com nossos salários cortados há 2 meses e já se vai para o 3º mês sem salário. As dificuldades para quem está na greve são enormes. Ao Anastasia peço respeito aos educadores. Atenda as nossas justas reivindicações. Reivindicamos pouco: apenas o piso salarial nacional, garantido pela Lei Federal 11.738/08, hoje, R$1.187,00 que em janeiro de 2012 passará para R$1.384,00.”

O prof. Dr. José Luiz Quadros, no artigo “Greve dos professores em Minas Gerais ”, ao defender com veemência a justeza da greve e das reivindicações dos educadores, alerta que o governo de Minas, ao contratar professores para substituir os que estão em greve, está intimidando e criando um dilema moral para o povo mineiro. Diz ele: “Como professores poderão aceitar participar de um processo de escolha para substituir colegas que se encontram em greve? Esta perspectiva de falta de compromisso com a categoria, falta de solidariedade com o colega, de priorizar um projeto egoísta de se dar bem (bem?) com o desemprego do outro é lamentável. Lamentável mesmo que o estado cause este constrangimento e mais lamentável quem aceita esta proposta. Como este professor fará quando daqui alguns anos ele não conseguir viver dignamente com o salário de fome que recebe. Ele fará greve? Ora, não vai adiantar nada uma vez que não terá força moral para esperar solidariedade das outras pessoas.”

A postura de intransigência do Governo do Estado revela a total ausência de ética imprescindível ao cargo e à tarefa que assumiu. A decisão por convocar novos professores para assumirem a cadeira dos que estão em greve acentua a dimensão antiética deste governo. A atual greve dos professores reivindica dignidade para toda a classe trabalhadora de professores. Os que estão contratados e os que ainda não. Trata-se de uma luta mais ampla. Por uma educação pública de qualidade que passa necessariamente pela valorização dos/as professores/as.

Aos professores que se sentem inseguros diante do corte de salários, do dia de trabalho, de retaliações, calúnias e difamações por parte do Governo estadual, da mídia e da sociedade, recordo o que disse Jean Cocteau, Mark Twain e tantos outros: "Não sabendo que era impossível, foi lá e fez". Sei que há milhares de professores que estão sem dormir, porque se preocupam também com os estudantes. Saibam que vocês, queridas/os educadoras/res, estão plantando sementes da educação pública de qualidade em Minas Gerais.

A Mídia, à exaustão, vem alardeando, que os professores em greve, ao fazerem passeatas, atrapalha o trânsito. Assim, a Mídia não vê para onde os professores em greve apontam. Vê apenas o dedo dos nossos heróicos educadores. Um vereador míope chegou ao absurdo de propor um projeto de lei na Câmara de Belo Horizonte para proibir manifestação pública dentro do perímetro da Av. do Contorno, alegando que as passeatas atrapalham o trânsito. Digo: Quem atrapalha o trânsito não são os professores em greve e nem os movimentos populares ou sindicatos que, de cabeça erguida, dentro de prescrição constitucional, lutam manifestando publicamente suas reivindicações. Logo, quem está atrapalhando o trânsito é o governador Anastasia, o TJMG e todas as autoridades que não escutam os clamores dos professores empobrecidos. Se o Governador Anastasia fosse um democrata, já teria se aberto ao diálogo e a negociação séria com os educadores. O SINDUTE buscou diálogo com o governador durante seis meses, antes de iniciar a greve, mas não foi atendido. Agora vem dizer que só negocia se a greve acabar. Não negociava antes da greve, irá negociar sem a pressão da greve? Ao continuar com essa intransigência, o futuro político do Anastasia será efêmero. Anastasia, seu barco vai afundar! O prefeito Márcio Lacerda, dia 24/09/2011, já teve o seu futuro político sepultado por mais de 2 mil militantes que se manifestaram pelas ruas de BH no “Fora Lacerda”.




As/os professoras/res de Minas estão interpelando a consciência de toda a sociedade. Não há espaço para neutralidade. Ou se compromete e engaja na luta ao lado dos educadores tão discriminados no 2º estado que mais arrecada impostos e que paga um dos piores salários aos professores ou assuma que é omisso, cúmplice e covarde, pois se trata de causa da educação pública, assunto que deve ser uma prioridade absoluta de todos/as.
A greve dos mil operários da reforma do Mineirão durou apenas alguns dias. O governo tremeu na base e se abriu para a negociação imediatamente. “As obras da COPA não podem atrasar”, dizem. A educação pública pode ficar no fundo do poço? Minas terá futuro sem uma educação pública de qualidade?
Queridos pais e estudantes, a hora exige que toda a sociedade se junte na luta ao lado dos professores que lutam não apenas por melhores salários, mas por uma educação pública de qualidade. Se os professores forem derrotados, toda a sociedade será derrotada. Isso não pode acontecer. Lutemos até a vitória!

A educadora Marilda e o educador Abdon, em greve de fome há 8 dias, estão nos dando um grande exemplo de doação de vida em prol do bem maior que é educação pública de qualidade para todos.

Obs.: Eu já escrevi 4 pequenos textos que ajudam a entender e a se posicionar diante da greve dos professores em Minas:
a) A greve dos professores é justa?
b) Greve dos professores de Minas: marco histórico.
c) Professores em greve até a conquista do Piso Salarial Nacional.
d) 106 dias de greve dos professores de Minas Gerais: greve de fome X tropa de choque.


Esses 4 pequenos textos estão disponibilizados na internet em vários blogs, inclusive em www.gilvander.org.br


Belo Horizonte, MG, Brasil, 26 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A revolta do ipê amarelo

"Um Ipê Amarelo foi cortado e seu tronco foi transformado em um poste. Após o poste ser fincado na rua, foram instalados os fios da rede elétrica.

Eis que a árvore se rebela contra a maldade humana e resolve não morrer.

Mas a reação foi pacífica, bela e cheia de amor.

Rebrotou e encheu-se de flores em Porto Velho –

Fonte:
https://centrodeestudosambientais.wordpress.com/tag/a-revolta-do-ipe/

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nossas crianças em perigo: parquinho da Praça Matriz abandonado!

O parquinho da Praça Francisco Ribeiro Pereira – Chico do Juca, esta há meses abandonado, poucos brinquedos estão em condições de serem usados sem oferecer perigo.



Se o Município não tem condições de realizar uma reforma neste momento o mais prudente e seguro seria interditar o espaço antes de acontecer algum acidente.



A preocupação é grande porque quem usa o espaço são crianças e, elas infelizmente estão correndo perigo pela falta de conservação e manutenção por parte da Prefeitura.


Senhor Prefeito, fica aqui registrado nosso apelo.



Por favor, faça uma reforma urgente ou interdite/feche o parquinho.



O senhor mora em frente ao espaço, conhece e vê o problema todos os dias ou o senhor quando sai na janela ou na sacada do seu prédio não enxerga ou finge não ver as precariedades do parquinho que coloca em risco nossas crianças?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Transporte escolar

A redação do EcoSocial está preparando uma matéria especial sobre o transporte escolar estivense.

Vamos falar dos mais de 10 veículos ônibus adquiridos pela atual administração, todos foram comprados da empresa Planeta Bus, que fica na cidade de Sumaré/SP (http://www.planetabus.com.br/).


Veículos estacionados no Parque de Exposição



Todos os veículos são "semi velhos", alguns com mais de 20 anos de utilização.

Diante do fato várias perguntas aparecem, tipo:

Por que o Sr. Prefeito não adquiriu ônibus novos?


Veículo do Programa Caminho da Escola

Por que até hoje o Município não adquiriu nenhum ônibus do programa Caminho da Escola do governo federal?

Cadê o telefone?Porque apagaram?

Em breve vamos publicar informações a respeito deste assunto tão importante!

Aguardem!



domingo, 28 de agosto de 2011

Estiva/MG terra do morango?



Por Guilherme Abraão

A principal atividade econômica de Estiva/MG, é agricultura, o nosso principal produto é o morango, abastecemos os grandes mercados atacadistas do Estado, e ainda atendemos a outras regiões do país, em destaque o estado de São Paulo.

Nosso Município tem uma das maiores concentrações do cultivo, são mais de 250 hectares e produtividade média de 30 mil quilos por hectare. A trajetória de crescimento da cultura teve início em 1958, quando horticultores do Sul mineiro, que vendiam hortaliças em São Paulo, trouxeram mudas e plantaram na comunidade Vale do Rio do Peixe, em Estiva, introduzindo no Estado as primeiras variedades da fruta.

Minas Gerais responde por quase 55% da produção nacional, gera aproximadamente 26 mil empregos e envolve 5.900 produtores na atividade, a região do sul de Minas é a grande responsável por estes números.

A produção desta deliciosa fruta vem maciçamente do suor de pequenos agricultores, verdadeiros heróis, que tão duro para garantir o sustento da família, entretanto, infelizmente grande parte dos lucros ainda ficam com os “atravessadores”.

Ao longo dos anos, desde as primeiras lavouras, isso a mais de 50 anos, muita coisa se alterou. Um grande avanço foi a democratização do uso de tecnologias de gotejamento e fertirrigação, com utilização de túneis que garantem índices de produtividades excepcionais, alcançadas também graças às variedades novas que são adquiridas de laboratórios de biotecnologias, inclusive de outros países, como o Chile.

Na outra ponta deste crescimento, os destaques são e continuam sendo as linhas de crédito (que tem ajudado a fortalecer a agricultura familiar em nosso país, com fartos recursos disponibilizados principalmente pelo Governo Federal, nestes últimos 8 anos do governo LULA, antes vale uma observação; nos anos de FHC alguns programas até existiam, porém, os recursos eram poucos e limitados, quase não chegavam nas mãos dos pequenos.

Nossos agricultores (as) estivenses já receberam mais de 10 milhões em créditos vindos do programa PRONAF. Também foram beneficiados com centenas de ligações do programa LUZ PARA TODOS que ajudaram a melhorar a vida e aumentar seus ganhos com as lavouras de morango e felizmente impulsionam toda economia local.

Foto de Roberto Hunger


Bem, chega de dados vamos ao título deste texto

Será que realmente nosso Município é a tal Terra do Morango como algumas pessoas dizem? É bom lembrar que alguns destes mesmos falantes afirmam que os problemas de Estiva (o desemprego em especial) seriam resolvidos com a instalação de uma fábrica, mas, sejamos francos, temos condições de recebermos fábricas? Somos capazes de competir com distritos indústrias como de Pouso Alegre e Extrema?

Está mais que na hora de deixarmos esta “ilusão” que fábricas resolverão nossos problemas, afinal, nossa vocação nunca foi e dificilmente será esta, temos que, de uma vez por todas, assumir que nossa verdadeira vocação É A AGRICULTURA E O TURISMO!

Uma fábrica de pequeno porte até seria bem vinda, porém, antes de qualquer coisa temos que fortalecer a agricultura e o turismo em nosso Município, afinal, temos lugares lindos e uma das rotas mais importantes do turismo que é o Caminho da Fé cortando nosso Município, e infelizmente pela falta de planejamento não temos um ponto de informações ou de venda de produtos típicos da cidade, e uma infinidade de outras ações que iriam fortalecer esta importante atividade econômica que é diariamente desprezada por nossos (as) administradores (as).

Um único exemplo para ilustrar; Estiva deixou de fazer parte do Circuitos Serras Verdes porque não pagou, ficou devendo vários meses até que foi desligada para não dizer expulsa...


E a agricultura?



Não é atoa que usei e repito e expressão: NOSSOS AGRICULTORES SÃO VERDADEIROS HERÓIS! Afinal, mesmo com todas as adversidades eles constroem este Município há anos e não são reconhecidos e valorizados como deveriam de ser!!!

Quando chove, nossas estradas vicinais e suas pontes impossibilitam o escoamento da produção, inúmeros produtores (as) retiram grande parte de sua produção nos próprios braços. Nossa única patrulha agrícola adquirida a mais de 10 anos nunca foi corretamente utilizada, um trator que a Prefeitura usa em seus serviços gerais cujos implementos estão abandonados ao tempo no fundo do Estádio Municipal.

E a tal secretaria ou diretoria de Agricultura?

Ela já virou piada, foi e é promessa de campanha política de muitos que passaram e estão governando a cidade. Porém, até hoje não foi criada, isso mostra como nossa agricultura é apoiada e incentivadas pelo poder público local, que não se assume e com isso deixa de potencializar nossa principal vocação.

Com tantos recursos recebidos estamos perdendo o bonde histórico, e a culpa é totalmente de nossos (des) governantes que não respeitam nossos heróis, mas, certamente bateram em suas portas e farão promessas mentirosas novamente no próximo ano.


E o Festival do Morango?

O modo como é organizado nosso principal evento demostra claramente de que forma o Poder Público local apoia nossos agricultores, afinal, se a festa leva e tem esse nome é graças a homens e mulheres que se sacrificam de sol a sol para produzir o fruto que movimenta nossa economia.

E mais fácil ganhar na Megasena do que ter acesso às prestações de contas das edições que são financiadas com dinheiro público, mesmo que a população “banque” a tradicional festa, ela paga duas vezes, uma vez que é necessário adquirir os ingressos, que são caríssimos para realidade local, sem falar dos gostos duvidosos das atrações artisticas, com cachês astronômicos de artistas que as vezes são pouco conhecidos no cenário nacional.

Aqueles que (des) organizam nosso principal evento deveriam ter mais cuidado e responsabilidade com o dinheiro público ou pelo menos ter a coragem de prestar contas, ou será que estamos pedindo muito?

Pedir para cumprir as leis é um desrespeito às autoridades ou é uma obrigação delas, às vezes temos dúvidas quando recebemos respostas displicentes e pouco verdadeiras de nossas autoridades, afinal por que escondem informações que são públicas? Qual o risco de falar a verdade ou assumir os erros?

O objetivo principal deste evento não é gerar lucros e sim levar diversão, lazer, conscientização e cultura aos munícipes. Por que a festa não é realizada sem cobrar ingressos, já que é a própria população que financia o evento através de seus impostos, e acaba pagando duas vezes?


E não temos do que nos orgulhar?


Temos sim, graças à coragem de alguns agricultores que pensam à frente de seu tempo hoje temos em Estiva uma associação de produtores de morango – AME, são mais de 40 associados.

Eles comercializam sua produção com uma grande rede de supermercados do Vale do Aço, percorrem mais de mil quilômetros para entregar sua produção. Esses guerreiros também desenvolvem vários projetos de proteção ambiental no Município, como a coleta de vasilhames de defensivos, e recentemente a campanha de pilhas usadas, que tem inúmeros pontos de coletas na cidade.

Falta apoio e respeito a esta importante organização, se tivéssemos pessoas competentes a frente de alguns setores do poder público local a AME poderia ser uma grande parceira no fortalecimento e capacitação de nossos agricultores.

Outro belo exemplo é o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), foram comercializados quase 100 mil reais em alimentos no Município, estes alimentos vem de pequenos agricultores e são distribuídos pela AME as escolas das redes municipais e estaduais de Estiva/MG, isso ajuda toda sociedade, desde aqueles que produzem e vendem, os que irão comer e a própria Prefeitura que economiza na merenda escolar, mais saudável e de qualidade, e por fim ajuda a dinamizar as culturas locais, uma vez que temos condições de produzir muito mais que morango.


E o “galpão do produtor”?



Agora só para localizar a falta de compromisso com os agricultores de nosso Município por parte da Prefeitura local, um triste exemplo que fica as margens da rodovia Fernão Dias e em uma das entradas de cidade.



Um grande barracão foi construído, depois que o Município, perdeu por mais de uma vez o prazo para entregar documentos para liberar recursos para construção de um Museu do Morango, por fim, depois a Prefeitura acabou conseguindo o tal recurso e a obra teve inicio, agora, que estamos em agosto, fazem quase 8 meses que a obra esta pronta e ainda não foi entregue a população, quem será que o senhor prefeito esta esperando? Será alguns dos seus “apoiadores” que só aparecem na cidade às vésperas das eleições para usurpar nossos votos e depois se escondem em BH e DF?




Falando na tal obra, é importante lembrar que ela infelizmente tem sérios erros arquitetônicos, e que eles comprometeram a infraestrutura do espaço. Um deles (talvez o principal de muitos) é que o tal “galpão” não possui entrada lateral, assim, nenhum veículo poderá carregar ou descarregar dentro do espaço...




Mas, será que ninguém percebeu esta falha durante a construção ou fizeram de proposito para depois ter que quebrar e colocar um portão lateral, gerando assim novos gostos aos cofres públicos e novos contratos com empreiteiras?

Será que esqueceram mesmo ou foi de propósito, que engenheiro acompanhou a execução da obra??

Não era para ter um portão para entrada de veículos?

Onde fica a entrada lateral?


Este texto é apenas um desabafo de alguém que AMA ESTIVA, reconhece e acredita firmemente na grandiosidade do potencial agrícola e turístico de nosso Município e esta cansado de ver a falta de respeito e atenção aos nossos verdadeiros HEROIS E HEROINAS!

Fontes:
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticias/agricultura/3483-minas-e-um-dos-maiores-produtores-de-morango-minas-e-um-dos-maiores-produtores-de-morango

http://megaminas.globo.com/2011/07/21/cultivo-de-morango-em-minas-gerais-sera-destaque-no-51-congresso-de-olericultura