terça-feira, 15 de maio de 2012


Água, uso e conflitos
Por Renan Andrade*
A água é elemento vital desde as mais remotas civilizações. A grande maioria dos povoados, cidades, e outros tipos de aglomerações se deram em torno de rios, ou lagos, mostrando que este bem é de fundamental importância desde os tempos passados.
À água é indispensável para todas as atividades que o ser humano venha a desenvolver, os animais se beneficiam desse bem juntamente com as plantas porém vale lembrar que este é um bem finito, ou seja, a má utilização deste recurso importantíssimo que legisla a vida do planeta e dos que dele dependem, pode trazer trágicas conseqüências para todos.
Muitos movimentos vem denunciando práticas abusivas sobre a água, que sofre cada vez mais com a pressão de sua mercantilização, inoperância dos governos e falta de consciência da nossa geração, perdendo cada vez mais sua qualidade, o que acaba não satisfazendo as exigências, principalmente de saúde pública. A água deve manter sua qualidade para manutenção da vida na terra, prejudicar sua qualidade significa prejudicar as nossas próprias vidas, como no caso de Carapicuíba onde o governo do estado de São Paulo mandou jogar a lama das obras de limpeza do rio Tietê, prejudicando todas as formas de uso da água, contaminando peixes pessoas economia (turismo) e o ambiente.
Existem casos gritantes como em Lambari – MG, que se situa no circuito das águas e ainda permanece com a “belíssima” modalidade de lixões, deixando com que todo chorume ali gerado pela decomposição do lixo percole pelos lençóis freáticos, rios e lagos da cidade; a Nestlê, empresa multinacional, tem explorado descontroladamente águas em São Lorenço, também no circuito e hoje financiando campanhas de deputados na região; não é sem motivos que a família Bush tem adquirido muitas terras com nascentes no sul do país, justamente para capitalizar tudo o que vem da natureza e depois legitimar isso em mega eventos como no caso da Rio +20, encontro que acontecerá no próximo mês onde governos e entidades que se dizem representantes da sociedade tratarão de estabelecer regras para a “Economia Verde” conceito moribundo, uma vez que já foi apropriado pelo capital perdendo assim seu sentido original.
Tudo isso e mais um pouco é prova de como vem se dando o processo de desenvolvimento proposto pelo sistema capitalista exploratório, que se encontra numa de suas piores crises. Grupos que representam os interesses de poucos estão de olho e quase com as mãos nos recursos estratégicos à vida que ainda existe no planeta, mas podemos dar outro rumo pra situação, se nós, povos do hemisfério sul e principalmente da América latina onde se concentram as maiores riquezas destes recursos, exigirem maior controle social destas riquezas, libertando-se de toda forma de exploração dos países do hemisfério norte.
Precisamos nos organizar como estudantes, sindicatos, associações, ONGs, e toda forma de movimentos sociais, para exigir mais justiça social e ambiental, revertendo todo o processo de legitimação deste padrão clássico de desenvolvimento que se diz verde pelo capital. A água e outros bens preciosos devem servir para satisfazer a necessidade de todos os seres da terra e não ostentar a luxúria de alguns sádicos pobres de espírito.

“Os problemas do mundo não podem ser resolvidos por céticos ou cínicos cujo os horizontes são limitados por realidades óbvias.
“Precisamos de homens e mulheres que consigam sonhar com coisas que nunca existiram”

*Militante socio-ambientalista

Um comentário:

  1. É isso ai brother, tambem espero que a
    Rio +20 seja fiel, ao conceito de desenvolvimento sustentável (social,
    econômico e ambiental) e não firme mais
    uma parceria com o merchan, imposto pela maquiagem verde, querendo se passar por economia verde. Precisamos do apoio de
    todos, principalmente da juventude, pois esperar, algo próspero de nosso governo, definitivamente, não dá!!!

    Força ai renam. Estou no trecho,
    mas não esqueci dos camaradas...
    Abrs.

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