segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ciência para a Sociedade

     É sabido que a população mundial cresce de maneira acelerada, neste ano de 2011, por exemplo, atingimos a marca de sete bilhões de seres humanos ocupando a Terra. Contudo, o desenvolvimento da humanidade, medido através de índices como a produção de alimentos, industrialização, saúde, bem estar, meio ambiente, economia, empregos, produto interno bruto (PIB), entre outros, tornou-se fundamental para a manutenção da vida no planeta e já à algumas décadas passou a ser uma busca contínua dos governantes.       
     Nesta busca, destaca-se como um elemento de fundamental importância, o desenvolvimento e subsídio à Ciência. Cada vez mais se houve falar em pesquisas, testes laboratoriais e de campo, ensaios científicos, novas descobertas, grandes sonhos a serem alcançados e muitos já atingidos, como a cura de doenças, que a poucos anos eram incuráveis e fatais, como a descoberta de plantas capazes de descontaminar/limpar toda uma área poluída através da chamada fitorremediação, entre outros tantos exemplos noticiados diariamente na mídia. 
     Contudo, a Ciência se desenvolveu e tende a crescer ainda mais nas próximas décadas. Entretanto, ainda existem grandes desafios a serem vencidos neste processo, sendo o principal deles, a utilização da “Ciência para a Sociedade”.
     Mais do que grandes resultados científicos, mais do que descobertas extraordinárias da medicina, das ciências sociais, das ciências agrárias, mais do que números e percentuais antes inimagináveis, é preciso torná-los disponíveis, é necessário levá-los até a população. Disponibilidade descrita aqui, não como publicação em revistas científicas e apresentações em congressos, não como dezenas de páginas no Currículo Lattes dos pesquisadores, e sim como benefício real à comunidade realmente necessitada destes resultados. 
     O verdadeiro valor de uma droga recém descoberta para o tratamento do câncer não pode continuar sendo as patentes ou os royalties, e sim o tratamento rápido e eficiente de um paciente do sistema único de saúde do Brasil (SUS). A descoberta de uma planta, como o capim vetiver (Vetiveria zizanioides), capaz de fitorremediar solos e águas contaminadas por chumbo, fenol e resíduos de agroquímicos, proteger encostas, alimentar animais, fornecer sub-produtos como matéria-prima para a confecção de perfumes, cosméticos e artesanatos, e ainda sobreviver em condições extremas de precipitação, temperatura, fertilidade do solo e ataque de pragas, não podem beneficiar apenas os grandes empresários e as inúmeras pseudo-ONG’s que existem pelo mundo a fora, e sim as comunidades carentes, os batalhadores e sofridos artesãos, os criadores de cabras, búfalos e outros animais, que sofrem com a seca das pastagens e baixa tolerância hídrica das gramíneas atualmente utilizadas.
     Uma planta como o capim vetiver, com potencial comprovado por várias pesquisas científicas, precisa ser utilizada em prol das famílias que moram em áreas sob constante risco de deslizamentos de terra e não apenas na estabilização de uma encosta próxima ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
     Desta forma, destaca-se que ciência e sociedade devem ser integradas de forma permanente, para que toda e qualquer descoberta dos cientistas e pesquisadores, sejam verdadeiramente descobertas da sociedade e em prol da sociedade. Para tanto, um bom começo é descomplicar, deixar o “dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum L. (1758)” para as longas e importantes reuniões científicas e usar a “rapadura” como energético e fonte de vitamina B2 no combate a desnutrição/fome no mundo.



 Michender Werison Motta Pereira; Gestor Ambiental pelo IFSULDEMINAS Campus Inconfidentes

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